Quando criança, Bruno Crivilin se dividia entre duas paixões: motocicletas e futebol. O motociclismo começou a ganhar maior espaço no coração do capixaba em 2014 quando ele disputou pela primeira vez o Campeonato Brasileiro de Enduro. Bruno terminou a competição como vice-campeão e a partir de então ele construiu uma história vencedora na categoria.

 

Natural de Aracruz, no Espírito Santo, o piloto coleciona títulos com apenas 24 anos de idade. Já são 13 troféus em seus oito anos de carreira no motociclismo. Piloto da Honda Racing há três anos, ele é o atual Campeão Brasileiro de Enduro nas categorias geral e E1. Em entrevista ao Blog Conexão HSF, o capixaba falou sobre sua trajetória, da paixão que toda a sua família tem pela Honda e das competições que sonha em correr.

 

Como surgiu sua paixão pelo universo das motos?

Minha paixão por motos começou desde criança, mas não era algo tão intenso porque na minha família não tinha ninguém que pilotava moto. Comecei a trabalhar cedo na oficina de motos do meu tio e dali foi surgindo mais interesse. Eu sempre vivi nesse mundo de duas rodas. Quando tinha eventos de motos na minha cidade eu ia assistir e ficava empolgado com as competições. Aí foi surgindo essa paixão e aflorando cada vez mais.

 

O que o levou a escolher o motociclismo como esporte?

Na época eu fazia outros esportes, jogava futebol. Não era um Neymar, mas jogava bem e disputei alguns campeonatos no meu estado. Ao mesmo tempo, comecei a andar de moto aos finais de semana. Eu conseguia dividir muito bem os dois esportes até 2014 quando comecei a disputar o Campeonato Brasileiro de Enduro. Fui melhorando e, com o passar dos anos, passei a dedicar mais tempo às motocicletas do que ao futebol. No final das contas optei por andar de moto, que era onde me sentia melhor.

 

Você teve apoio da família ao decidir pela carreira de piloto?

Sempre tive o apoio da minha família! Depois que comecei a pilotar profissionalmente esse apoio aumentou ainda mais. Minha família nunca teve condições de me sustentar no esporte, de custear as minhas despesas de competições e viagens, então sempre tive muita ajuda de fora, de amigos, fazendo rifas para começar a competir. Acho que o apoio mais importante é aquele que vem do coração e eles me incentivaram e acreditaram nos meus sonhos também. Eles são uma peça fundamental pra mim até hoje. Minha família é a base de tudo e com certeza eu tenho uma base muito forte.

 

Por que você escolheu o Enduro como categoria profissional?

Escolhi o Enduro porque, quando comecei a andar de moto, sempre fazia trilha nas montanhas e no meio do mato. Minha primeira corrida também foi na categoria Enduro e me apaixonei. Nunca andei no motocross, que é outra modalidade e onde normalmente os garotos mais novos começam. Eu comecei um pouco mais velho que a média, com 13 anos. A modalidade mais próxima de trilha é o Enduro e eu não escolhi, foi um caminho natural.

 

Como é sua rotina de treinamento e como se prepara para as competições?

É muito intensa. No começo do ano faço normalmente dois meses de pré-temporada com treinamentos de quatro a seis horas por dia com bicicleta, moto, academia e natação. Quando começam as competições eu diminuo um pouco a carga horária de treinos porque senão o corpo fica muito cansado. Mas ando de moto de três a quatro vezes por semana e também pedalo, faço academia e mantenho o corpo ativo, mas não numa intensidade tão grande.

 

Você utiliza a Honda CRF 250RX ao competir. O que mais curte no modelo?

Ela é um modelo que atende muito bem o Enduro. É uma moto muito rápida e com uma ciclística muito boa. Tem as suspensões que não são feitas só para nós que que corremos em alto nível, mas para os amadores e iniciantes conseguiram andar muito bem com ela. É uma moto racing que atende muito bem a todos e que me ajuda muito a ser cada vez mais rápido.

 

Tem outro modelo de moto da Honda que você curte bastante?

A Honda tem vários modelos e para todos os gostos. Eu gosto muito da CB 500X e da Africa Twin, que é uma moto que eu ainda espero ter no futuro. Motos de baixa cilindrada eu sempre tenho em casa. Comecei a andar, quando ainda era bem pequeno, numa Honda Biz, que era da minha mãe. Hoje temos em casa uma Bros 160. A Honda está na minha família inteira e todo mundo tem, então se estou andando de moto, seja na rua, seja na trilha, estou com uma Honda.

 

Como é ser inspiração para jovens que começam no motociclismo?

É muito gratificante saber que o seu trabalho e a pessoa que você está se tornando servem de inspiração para outros indivíduos e principalmente para as crianças, que são mais puras e o que elas sentem vem do coração. É incrível saber que se espelham em você. Também me espelhei em outros atletas, então saber que tem crianças, jovens e até adultos se espelhando em mim é muito gratificante. Espero continuar fazendo um trabalho legal e servir de inspiração para que elas acreditem, como eu acreditei nos meus sonhos, e que realizem os seus.

 

Piloto de 16 anos integra equipe oficial da Honda Racing Brasil

 

Aliás, qual piloto ou esportista inspiram sua carreira e jeito de ser?

Um grande ídolo e inspiração é o Alex Salvini, piloto italiano de Enduro. É uma pessoa que eu convivo diariamente, tenho uma amizade muito forte e já posso dizer que faço parte da família porque sou padrinho do filho dele. O admiro muito como atleta e pessoa. Há pouco tempo assisti a série do Michael Jordan e para mim ele se tornou uma inspiração também no sentido de ver que uma pessoa, quando quer, faz com que tantas outras queiram e busquem o mesmo objetivo. Apesar do meu esporte ser muito individual, também somos um time com toda uma equipe por trás. Jordan mostrou como a determinação e a vontade de vencer prevalecem.

 

De todos os títulos que você já faturou, qual foi o mais especial?

O Romaniacs, de 2017, tem um gosto especial porque é uma história bem legal. Acabei me machucando faltando umas três horas antes de acabar a prova. Estava liderando a corrida, mas não queria desistir. Continuei mesmo com muita dor. Finalizei a prova e fui o campeão, mas fui também direto para o hospital. Estava com uma costela quebrada, uma pequena perfuração no pulmão, uma pequena hemorragia no rim e tive que ficar seis dias internado na Romênia. Graças a Deus não teve nenhum problema mais grave e nenhuma sequela e me recuperei e voltei bem para o Brasil com o troféu de campeão. Destaco ainda o Mundial de Enduro de 2020. Não conquistei a vitória, fiquei em terceiro lugar, mas, para mim, foi uma conquista importante porque fiz quatro pódios em quatro provas e venci uma das etapas.

 

Tem alguma trilha que você tem o sonho de pilotar? Se sim, por que?

O Erzberg Rodeo, uma corrida realizada na Áustria, e o Grand National Cross Country (GNCC), nos Estados Unidos. Essas duas competições são diferentes das que eu corro e tenho vontade de conhecê-las. Sempre que eu puder pilotar uma moto, independentemente da modalidade, eu quero participar.

Confira em nosso blog outras histórias como a do Bruno: https://www.hondaservicosfinanceiros.com.br/blog/

Bruno Crivilin